terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Amor de carnaval... Parte II



Na mesma noite voltei para a casa com o Bruno e a Mari e um silêncio. Eu me sentia envergonhada, bêbada e livre. Mariana dormiu de tão embriagada. E Bruno só dirigia. E como dirigia! Aquela pele morena, toda marcada pelo meu batom e aquele cheiro de homem se contorcendo de tesão. Eu juro que eu não imaginava viver aquilo tudo com um cara daqueles. Eu, no auge dos meus 23 anos, me sentia com 16, como se aquela fosse a primeira vez que eu soltasse meu fogo em cima de um homem. Quando chegamos em casa, eu passei direto para o quarto do Bruno. E aquela véspera de carnaval se tornou a melhor véspera de alguma coisa da minha vida...
         Quando o dia chegou, percebi, no café-da-manhã a grande besteira que eu tinha feito. Todos me olhavam como se eu fosse um monstro ou algo do tipo. Eu sinceramente não liguei para a cara que a tia da Mariana fazia e continuei meu café. Resolvi ir à praia. Bruno insistiu em me acompanhar. Por ter apenas 19 anos, eu sentia que o Bruno precisava de mim por alguns motivos. Comigo ele podia ser ele mesmo, podia ser burrinho ou inteligente demais, podia falar coisas obscenas que eu não ligaria. E ele acabou gostando disso tudo. E eu acabei gostando disso tudo o que ele era. E passamos a semana de carnaval como dois namorados curtindo um longo feriado. Mas não era aquilo tudo. Nós sabíamos como podia terminar.
         Eu não era da Bahia. Ele não era da Bahia. Eu morava em Brasília. Ele em Londrina. Existem muitos quilômetros nos separando. E eu sabia que eu era novidade pra ele, mas que novidade uma hora acaba virando coisa usada. Mas o Bruno dizia que iria ser pra sempre e que iria fazer de tudo para transferir a faculdade de engenharia elétrica para Brasília. Eu, por alguns instantes, acreditei. No dia da volta para Brasília, arrumando minhas malas, eu percebi que talvez eu não era tão forte assim.
         Bruno se despediu de mim com um sorriso diferente... parecia triste. Eu respeitei. Eu estava triste também. Eu estava quebrando em pedacinhos por dentro. Ele era simplesmente perfeito. Me acompanhou, dormiu comigo todos os dias, dividíamos a conta dos restaurantes naturalmente, sem reclamar. Era pedir demais ficar para sempre com aquele cara?

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